Minha linda Penacova
Meu jardim de promissão
Cujas flores Deus renova
Com a sua própria mão!
O meu coração rendido
Bem sentiu, ao ver-te aqui
Que o paraíso perdido
O tinha encontrado em ti.
Mas, perdoa, Penacova
Mansão de sonho, ideal,
Se eu nesta grosseira trova
Do nome teu digo mal.
Quem, ó terra d’alegria,
De sol, de vida e de amor,
No teu nome – que heresia –
Pena e cova te foi pôr?
De berços e não de cova
Deve o teu nome falar;
A igreja o crisma aprova
Também te deves crismar.
Se há só prazeres apenas
Em tudo o que o céu de deu
D’ onde te vêm as penas,
Penacova, ao nome teu?
Toda a gente velha e nova
Tem aqui tão lindo ar!...
Basta olhar e ver a prova…
Tudo aqui é de encantar…!
Ó terra cujas campinas
O Criador semeou
Das flores mais peregrinas
Quem foi que assim te chamou?
Um nome com pena e cova
Neste formoso jardim…
Penacova, Penacova,
Muda o nome, muda-o, sim?
Versos do Dr. Alfredo da Cunha( grafia actualizada), director do Diário de Notícias,
declamados pela Srª D. Maria Adelaide Coelho da Cunha,
no Sarau de 30 de Maio de 1908, no palacete de Joaquim Augusto de Carvalho (Hoje Casa do Repouso de Penacova)publicado no Penacova Actual,
Sábado, 9 de Outubro de 2010
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